Decidi falar um pouquinho de linhas afundantes,
que usei bastante das pescarias de tabaranas que andei fazendo ultimamente. Ressalto que
são apenas as impressões pessoais de um mosqueiro pouco experiente, sem a
pretensão de aprofundar o assunto.
Primeiramente, é bom relembrar que as
linhas fly, quanto à densidade, podem ser flutuantes (floating), intermediárias (intermediate), de flutuação quase
neutra, que afundam bem lentamente, e afundantes (sinking), que afundam mesmo, em maior ou menor velocidade. Há ainda
as linhas que são flutuantes em quase toda a sua extensão, apenas com a ponta sinking ou intermediate (sink
tip/intermediate tip).
Acho que todo mosqueiro inicia no fly com
as linhas flutuantes, mais fáceis de utilizar e indicadas para uso bem geral. As sinking/intermediate servem, basicamente, para buscar o peixe em diferentes profundidades e seu uso exige certa experiência por parte do pescador.
A primeira vez que tive contato com linha
não-flutuante foi em uma pescaria de tucunarés em Caconde/SP (link do post aqui). Os peixes estavam
mais no fundo, linha floating não funcionava de jeito nenhum. O parceiro então
me emprestou uma carretilha com linha intermediate semelhante a que ele usava (eu não tinha) e a coisa mudou de figura. A diferença de
produtividade foi absurda naquela ocasião. Em compensação, estranhei um pouco
aquela linha esquisita, que afundava e não podia “levantar” da água de uma vez
com um false cast.
Mais recentemente, quando comecei as
incursões atrás das tabaranas mineiras, meu amigo Marcelo me indicou o uso de
linhas intermediate ou sinking, pois as fortes corredeiras nos
rios onde pescaríamos arrastariam uma linha floating antes que a isca chegasse
a uma profundidade desejada.
Logo na primeira pescaria, usei uma linha intermediate da Scientific Anglers que
comprei, modelo Streamer Express, na
vara #5. Gostei dessa linha, fácil de arremessar e desliza bem pelos
passadores.
Posteriormente, adquiri uma linha sink tip da Rio, com ponta afundante de 24’, para varas #5/6, e ela realmente me
surpreendeu. Já havia testado uma sink
tip da Airflo e não gostei nada
do “coice” gerado pela ponta pesada. Com essa Rio não acontece isso, a transição entre a parte flutuante e a
ponta mais pesada é suave (acho que a ponta mais longa também contribui para esse
resultado). Depois de um tempo com ela, a impressão e de que estou arremessando uma linha
floating normal. Outra coisa que percebi é que essa linha (sink tip) arremessa fácil streamers
mais pesados, como os mini-andinos que usei nessas pescarias de tabaranas.
Essa linha da Rio + a Scott Radian #5,
8’6”, virou meu conjunto oficial para a pesca de tabaranas nos rios da região.
O próximo passo vai ser testar a produtividade dessas
linhas na pescaria de tucunarés em represa, com o caiaque.